Você sabe como é o cálculo de energia no mercado livre?
Com a possibilidade de negociar preço, prazos e volume de acordo com suas necessidades, os consumidores livres possuem uma flexibilidade que não existe no mercado regulado (ACR).
Isso porque, no Ambiente de Contratação Livre (ACL), ou simplesmente mercado livre, o conceito de “oferta e demanda” é o que dita os preços e como é definido o valor final pago pela energia.
Mas como funciona, na prática, essa dinâmica de preços?
Neste artigo, vamos explicar os principais fatores que influenciam o cálculo da energia no mercado livre e como você pode entender melhor sua conta de luz.
O que é o mercado livre de energia?
O mercado livre de energia permite que consumidores negociem diretamente com comercializadoras, escolhendo preços, períodos de fornecimento e fontes de geração.
Para simplificar, imagine a energia elétrica como um produto qualquer.
No mercado cativo, você compra esse produto de um único fornecedor, a distribuidora local, e não tem muitas opções de escolha.
O preço é definido pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) e você paga uma tarifa fixa.
Já no mercado livre, você tem mais liberdade para escolher o seu fornecedor de energia.
Você pode negociar diretamente com comercializadoras de energia, escolhendo o preço, o prazo e até mesmo a forma de pagamento que melhor se adapta às suas necessidades.
A instituição responsável por regular esse mercado é a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).
Como é feito o cálculo de energia no mercado livre?
O cálculo de energia no mercado livre é influenciado por variáveis de oferta e demanda, níveis de armazenamento dos reservatórios e previsões climáticas.
A negociação do preço entre consumidores e fornecedores reflete essas condições e as expectativas do mercado para o período do contrato.
Em geral, o valor da fatura de energia no mercado livre corresponde ao volume fornecido multiplicado pelo preço vigente na data de faturamento.
Mas e quando há faltas ou sobras de energia? Nesse caso, o valor dessas diferenças é ajustado pela CCEE através do PLD, ou Preço de Liquidação de Diferenças.
O PLD reflete o custo de geração da usina mais cara acionada, servindo para ajustar os valores a serem pagos ou recebidos por cada agente no mercado mensalmente.
Quais são os custos envolvidos na contratação de energia no mercado livre?
Na contratação de energia no mercado livre, alguns dos principais custos envolvidos são:
- Custo da energia: o valor acordado entre o consumidor e o fornecedor, definido no contrato.
- Encargos de uso do sistema de distribuição e transmissão: para utilizar as redes elétricas, os consumidores pagam taxas às concessionárias, conhecidas como TUSD (Tarifa de Uso do Sistema de Distribuição) e TUST (Tarifa de Uso do Sistema de Transmissão).
- Encargos setoriais: são contribuições destinadas a manter a operação do sistema elétrico.
- Custos de adequação: algumas empresas precisam investir em adequações técnicas para participar do mercado livre, como medidores de energia específicos e contratos de conectividade.
- PLD (Preço de Liquidação de Diferenças): para ajustar as diferenças entre o consumo contratado e o realizado, é aplicado o PLD, que reflete o custo da energia adicional ou excedente.
Saiba mais: Entenda o que são os encargos CCEE e como afetam consumidores livres
Quais fatores afetam o preço da energia no mercado livre?
No cálculo de energia no mercado livre, o preço é influenciado por diversas condições de mercado e variáveis climáticas e econômicas. Veja a seguir os principais fatores.
- Oferta e demanda: flutuações no consumo e produção de energia.
- Nível dos reservatórios: estoque de água nas hidrelétricas.
- Condições climáticas: previsões de chuvas que impactam a geração hídrica.
- Custo de usinas térmicas: necessidade de acionamento das usinas mais caras.
- Expectativas econômicas: projeções de crescimento ou queda no consumo.
Como funciona a compra de energia pelo mercado livre?
No mercado livre, a compra de energia é feita diretamente com fornecedores, que são conhecidas como comercializadoras de energia.
O consumidor escolhe o fornecedor que melhor se adapta às suas necessidades, negociando preço, volume, prazo e forma de pagamento.
Essa negociação é feita por meio de contratos, que podem ser de curto, médio ou longo prazo.
Os contratos podem ainda ser enquadrados em duas modalidades de contratação: preço fixo ou economia garantida.
Diferente do mercado regulado, no mercado livre o consumidor tem mais autonomia para escolher a fonte de energia, incluindo as opções renováveis, como energia solar ou eólica.
Vale lembrar que o consumo de energia por fontes renováveis é um diferencial estratégico para empresas preocupadas com seu impacto socioambiental. Nesse sentido, o mercado livre é a melhor alternativa para compra de energia.
E por falar em estratégia, a economia é outra vantagem importante desse ambiente de contratação, como você confere a seguir.
É mais barato comprar energia no mercado livre?
Sim, em geral, o custo da energia elétrica no mercado livre é reduzido. A principal razão para isso é a competitividade.
Como você viu, no ambiente livre de contratação, as empresas podem negociar diretamente com os fornecedores, buscando assim os melhores preços e condições.
Essa negociação permite a obtenção de descontos e contratos com preços diferenciados, o que pode gerar uma economia de cerca de 35% na conta de luz.
Veja também: Saiba como migrar para o Mercado Livre de Energia e por onde começar
Quem pode comprar energia no mercado livre?
Com a portaria 50/2022 do Ministério de Minas e Energia, qualquer empresa ligada à média e alta tensão (Grupo A) pode migrar para o mercado livre de energia, sem necessidade de demanda mínima.
Isso permite que negócios de qualquer porte e localidade no Brasil negociem contratos de energia, aproveitando a oportunidade para otimizar o faturamento.
Ou seja, a mudança é ideal para empresas que buscam flexibilidade e preços mais competitivos.
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Conclusão
Em resumo, o cálculo da energia no mercado livre é um processo dinâmico e transparente, que é influenciado por diversos fatores como oferta, demanda e condições climáticas.
Ao entender como esse cálculo é feito, os consumidores podem tomar decisões mais assertivas na escolha do seu fornecedor de energia, buscando sempre as melhores condições e preços para o seu negócio.
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